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A imagem e o papel do professor estão em pleno desgaste. O professor tem uma missão grande, a de ser mediador da cultura e do conhecimento. Todavia, ele não tem muito apoio para operacionalizar seu trabalho. É difícil sintonizar sua ação com o cognitivo do aluno, lidar com casos de fracasso, além de ensinar além dos muros da escola. O mestre tem muitas obrigações, mas que professor é esse que tem muitos desafios e qual é a sua realidade? Como se sente em face às dificuldades?

A profissão docente dá a ideia de adoecer, de castigo, na qual se tem que assumir muitas coisas. Há muito desgaste, e muitas vezes, o professor acaba abrindo mão da própria vida pela sua profissão. Ele deixa de fazer muitas coisas, como esportes e atividades de lazer.

Do ponto de vista histórico, até a década de 1970, o professor não tinha nenhuma culpa no fracasso do aluno. Já nos anos 1980, temos alguns trabalhos em diversas áreas que vão desestabilizando alguns mitos e o aluno vai perdendo sua culpa. Os estudos psicogenéticos vão contribuindo para a mudança do papel do professor e da rotina da escola, levando essa instituição a ser culpada pelo fracasso. Para tentar suprir, mais conteúdo foi dado ao professor, tentando transformar a escola.

Na contemporaneidade, uma série de pesquisas mostra a complexidade da atuação do professor. Tem-se que considerar fatores intrínsecos (como o professor viveu a sua formação), extrínsecos (salário, local de trabalho), a profissionalização (formação inicial e continuada) e a profissionalidade (suas concepções acerca da carreira e constituição). A partir desses quatro eixos, o professor se constitui com uma base de visão de mundo e de cultura profissional. Ele tem que lidar com conhecimentos formais da sua disciplina, de educação e suas concepções sobre o mundo e a sua situação na relação com os alunos. Há saberes aprendidos e saberes vividos, com condições objetivas de trabalho e como ele se sente na escola e como lida com conflitos. Tudo isso gera uma situação de satisfação ou de insatisfação. É bastante comum a cena de um professor infeliz com o salário, mas feliz com o rendimento de seus alunos.

Como então exercer um trabalho transformador? O docente deve refletir, conhecer, viver e lutar. Ele deve querer transformar o seu trabalho, afirmar-se como sujeito do conhecimento e sujeito da ação, do realizador, que define caminhos e cria alternativas. Todavia, na prática, a realidade é bastante complexa no que tange os desafios. Temos dois grandes problemas: a difícil construção de um ensino de qualidade, além da desvalorização do ensino e o desinteresse dos jovens pelo magistério. Principalmente este último é uma grande fonte de desestímulo. Os jovens não querem mais serem professores.

A dimensão pessoal é um problema grande também. Falta-lhe autonomia e disposição e acumulam-se funções e frustrações. Muitos se sentem contra a maré, ou carregando um fardo muito pesado, apagando incêndios... É notória a desvalorização e não-contentamento dos docentes. Há possibilidade de se fazer mais, porém não tem como. A categoria não suporta mais o excesso e a falta de apoio.

Pelo que vemos, os professores começam suas carreiras com bastante entusiasmo, mas logo passa. Será que é possível desenvolver um bom trabalho dessa forma? Certamente, como professor, digo que não. Professor desconte, sem apoio e sem materiais é sinônima de aula ruim, chata, e nada instigante. Temos que lutar por melhores condições e não viver de sonhos. Devemos melhorar as condições de trabalho e, sobretudo, mudar o valor que se tem atribuído à educação. Temos que vê-la como construtora do saber e do progresso. Um dia chegaremos. Espero estar vivo até lá.


Primeiramente, temos que pensar que ambiente escolar. Como ele é constituído? Quem o constitui?

A comunidade escolar é formada por pais, alunos, professores, gestores e equipe de apoio. Eles trabalham por um bem maior, que é a educação de qualidade. É na escola que o jovem vai receber conhecimentos que o tornarão apto a se preparar para a vida, tanto para adentra-se em uma universidade, quanto para enfrentar o mercado de trabalho [pelo menos deveria!].

Neste espaço, existem regras que devem seguidas por todos. Elas o norteiam, possibilitando uma organização maior. Daí, inserimos dois conceitos nele: moral e ética. A primeira é formas de agir socialmente recomendadas, que são externas à concepção social. Já a segunda acontece no particular do aluno, pois sua adesão é voluntária e depende dele como ele vai agir em relação ao outro. Kant já dizia que a ética acontece no âmbito particular do indivíduo.

Também não se pode deixar de lado dois conceitos: cidadania e civilidade. Ambos são imprescindíveis para que o ambiente escolar se torne mais ético e mais moral para a realização dos trabalhos pedagógicos. Todos esses conceitos de ética, cidadania, moral e civilidade acontecem de maneira oculta na escola, ou seja, não é matéria de nenhuma disciplina, mas deveriam ser trabalhados de maneira transversal.

Por fim, temos que frisar a crise moral da escola. Principalmente por parte do alunado, não se tem o respeito necessário para bom andamento das atividades. Também, temos professores desmotivados, que têm que acumular uma carga grande de aulas, em vista do baixo salário, o que proporciona aulas sem muita qualidade. O professor também sofre com a forte concorrência das NTICs [Novas Tecnologias de Comunicação], que invadiram a sala de aula, atraindo mais ainda o aluno.

Acredita-se que seria necessário trabalhar mais o que hoje é currículo oculto, ética, cidadania, moral e civilidade e assim teríamos construção de alunos realmente cidadãos, uma das premissas básicas da LDB, capazes de atuar na sua sociedade.